Ocupação no NPI completa 1 mês refletindo o entusiasmo dos secundaristas por todo o país


Matéria: Lorena Montenegro (Adufpa)

A Escola de Aplicação (NPI) da Universidade Federal do Pará é referência na educação no estado. Atendendo aos filhos de servidores da universidade e outras crianças, ofertando educação infantil, ensino fundamental e médio, o núcleo é dirigido por um Conselho Escolar e serve também como campo de estágio para alunos da graduação, especialmente em Pedagogia. E desde o dia 9 de novembro, a escola vem sendo um dos polos de resistência contra a PEC 55 – que irá congelar investimentos básicos pelos próximos 20 anos – e o governo Temer, com a ocupação estudantil que tem mobilizado inclusive a comunidade da Terra Firme, bairro onde fica localizada.


Alunos do NPI mostrando Grafite produzido na ocupação da escola

A maioria dos alunos que estão ocupando o NPI diariamente são alunos do segundo e terceiro ano do ensino médio, que torcem para que o movimento traga mudanças realmente profundas e permanentes à educação. Eles lutam pelo direito a um ensino de qualidade ocupando a escola com atividades político-culturais, como os aulões que permearam a primeira semana, esclarecendo sobre a PEC 55, a MP 746 – que trata da reforma do ensino médio – e sobre a reforma da Previdência Social, além de exibir filmes e documentários para debater sobre temas diversos como a globalização e o feminismo.

Grafite no NPI

A proatividade deles ajudou a mudar o pensamento de alguns pais que vinham reticentes sobre a permanência dos filhos, em especial das crianças menores, na ocupação, inclusive entrando em contato com o Conselho Tutelar da região para uma visita. Então os próprios estudantes convocaram assembleia, realizada dia 15 de novembro, onde prestaram esclarecimentos e chamaram os pais para estarem na escola participando das atividades de ocupação. Professores de artes e história também vinham incentivando os alunos a intervir no espaço físico do NPI, com o resultado de oficinas de stencil, lambe, grafite e confecção de cartazes e estandartes, que inclusive foram utilizados em alguns dos Atos Públicos realizados em Belém.
Grafite no NPI

E mesmo com algumas interferências por parte da diretoria da Escola de Aplicação, cujas denúncias de assédio e coação junto a professores em estágio probatório para assinarem listas de frequência já chegou até a Adufpa, a ocupação estudantil tem tido boa adesão dos pais, técnicos administrativos e professores.
Alunos do NPI na ocupação da escola

“Eles estão muito conscientes do papel que devem desempenhar, inclusive de informar e esclarecer os pais sobre a importância dessa luta e promover o crescimento pessoal deles. A ocupação em si está bem organizada, com a realização de aulões e oficinas, mantendo as salas limpas e nós estamos nos mobilizando para ajudá-los no que for preciso, além de angariar as doações de comida e verba para bancar material para algumas atividades”, contou Edna Lima Campos, professora de Geografia.
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