Estudantes protestam contra a PEC 55, Reforma do Ensino Médio e Reforma da Previdência

Após o início do ato contra as medidas do governo Temer, ocorrido na última quarta-feira (7), o que se viu foi uma grande união dos estudantes pelas ruas de Belém. Durante a caminhada, era notório os cartazes defendendo o lugar das mulheres na luta. O calor humano e espírito coletivo contagiavam até mesmo quem apenas observava o protesto. Como foi o caso das estudantes Flávia Vênus e Ana Beatriz que pararam apenas para ver a manifestação. "Está maravilhoso, se eu soubesse teria participado", disse Flávia.

Estudantes da Escola de Aplicação da UFPA unidos contra a PEC

Um dos gritos que ecoavam era: "Não vai ter PEC, vai ter luta". E ao pararmos para conversar com as pessoas em uma parada de ônibus, a estudante Jéssica Gomes fez o questionamento: "Se não lutarmos pelos nossos direitos, quem vai lutar?", enquanto os manifestantes afirmavam em coro: "Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o Movimento Estudantil".

Elielson Silva, doutorando do NAEA, da UFPA

Ao chegarem em frente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Av. Nazaré, o ato parou por alguns instantes e iniciou um jogral em que os participantes criticavam a proposta da Reforma da Previdência. Cantando em uníssono: "Trabalhador, preste atenção, são 20 anos sem saúde e educação", o grupo despertou a atenção de curiosos, entre eles Elielson Silva, doutorando em Desenvolvimento Socioambiental do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da UFPA. "A juventude está na rua e não há outra forma de enfrentamento, não há outra alternativa", apoiou Elielson.

Protesto reuniu estudantes de escolas e universidades ocupadas

De volta à caminhada, o ato também viu o outro lado da moeda. Em algumas oportunidades, moradores de condomínios, contrariados pelo protesto, atiravam ovos em direção aos manifestantes, que respondiam com vaias e os acusavam de serem fascistas. No entanto, aqueles não seriam os únicos momentos de transtorno durante o evento.

Ainda bastante entusiasmados, os participantes chegaram ao Diretório Estadual do PMDB. Alguns dos estudantes começaram a atirar pedras e ovos em direção à sede, em um ato de radicalização. Nesse momento, a PM começou a reprimir os manifestantes e, rapidamente, a Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam) chegou ao local. Cinco pessoas foram presas no local.

Policiais são acusados de serem truculentos

Irritados pelo abuso policial, o protesto entoou em alta voz: "Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar". Imediatamente, alguns manifestantes entraram em contato com advogados, e parte do protesto decidiu se direcionar à seccional de São Brás, para auxiliar os colegas presos. Porém, ao chegar em frente ao colégio Marista, um grupo também radicalizou, atirando pedras que atingiram bancos e mais pessoas foram presas. No total, 10 pessoas foram detidas.

Um dos estudantes presos, que pediu para não ser identificado, contou como ocorreu a detenção: "Fui preso com as mãos para o alto quando começou um tumulto". Segundo ele, que é negro, dentro da viatura, o policial disse que estava o observando desde a sede do PMDB. "Isso prova como grande parte desses policiais te prendem por características físicas e, muitas vezes, eles abusam do seu poder. Espero que tudo isso seja resolvido, uma vez que os bancos possuem câmeras e podem comprovar quem quebrou os vidros", completou o estudante.
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