Encontro na Escola de Aplicação da UFPA discute rumos da educação no país

A educação, os possíveis cortes de investimentos em diversas áreas e a falta de diálogo entre as classes de professores motivaram uma importante discussão ontem (16), na Escola de Aplicação da UFPA. Para debater os efeitos causados pelas medidas tomadas no governo Temer e a possível aprovação da PEC 55, representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e professores das Escolas de Aplicação das instituições de ensino superior do Brasil se reuniram para dialogar sobre o futuro da educação no país.

A professora e presidente nacional do Andes, Eblin Faraje, ressaltou que é importante discutir os rumos da educação, principalmente no atual contexto político: “Procuramos o diálogo para nos unirmos, pois as coisas estão caminhando numa velocidade tão rápida, que se adiarmos essas reuniões, em muito pouco tempo não estaremos lutando por mais nada”. Eblin Faraje reafirmou o compromisso dos professores diante das greves e dos atos contra a Proposta de Emenda Constitucional que está em votação na Câmara. “Precisamos lutar contra a PEC 55, pois ela diminui toda a luta que foi travada por anos. Não estamos em greve para ficar em casa, estamos lutando, estamos mobilizando todas as classes de professores”, relatou.

A vice-presidente regional do Andes e professora da educação básica na Escola de Aplicação da UFPA, Andrea Simões, disse que mais do que lutar juntos, os professores precisam se unir, pois, segundo ela, muitas medidas do governo visaram a desunião dos docentes. “Nós da educação básica entendemos que o plano de carreiras é imprescindível, mesmo que haja muitas diferenças entre os planos de professores da educação básica e do ensino superior. Mas, nesse momento, precisamos resistir juntos, pois com as medidas propostas pela Reforma do Ensino Médio e pelo ‘Escola sem Partido’, ficamos em dúvida sobre o tipo de professor que vai ensinar a juventude”, destacou Andrea.

A discussão foi estendida para professores de todo o Brasil, que admitiram estar muito descontentes com o atual tratamento recebido pela educação, por parte do governo. A visão de greve em que professores ficam em casa, simplesmente parando suas atividades, foi uma das pautas mais abordadas. Segundo eles, é preciso desmistificar esse pensamento, pois os professores estão propondo debates e mostrando as lutas que estão sendo feitas para a comunidade em geral, agora com a ajuda dos próprios estudantes com os movimentos de Ocupação.

Matéria: Primeiras Linhas [Ocupado]