Mobilização contra a PEC 55 leva milhares de manifestantes às ruas de Belém e centenas a Brasília

O fim de semana que antecede a votação da PEC 55 no Senado Federal começou com diversas frentes de mobilização. Na última sexta (25), cerca de 5 mil pessoas foram às ruas de Belém participar do Ato Unificado contra a PEC da morte e contra as políticas do governo Temer. Em ritmo de contagem regressiva, diversas caravanas saíram da capital paraense rumo a Brasília para ocupar a capital federal no dia 29, data prevista para o primeiro turno de votação da Proposta de Ementa Constitucional.

Nas ruas de Belém: Ato Unificado contra a PEC. Foto: Raoni Arraes

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#ComunicaçãoOcupada realiza cobertura ao vivo do Ato Unificado

Estudantes, professores, técnicos, movimentos sociais, lideranças e sociedade civil em geral participaram do Ato Unificado contra o Projeto de Emenda Constitucional que pretende congelar despesas básicas do Brasil por 20 anos. A manifestação também tinha como pauta o Dia Latinoamericano e Caribenho de Combate à Violência Contra a Mulher, entre outras reivindicações. A Rádio Web UFPA, a Academia Amazônia e o Jornal Primeiras Linhas, projetos de extensão da Faculdade de Comunicação da UFPA que estão ocupados desde o dia 8 de novembro, foram às ruas e ouviram diversas pessoas durante a manifestação.

A professora de História Caroline Fernandes fala sobre a importância da luta das mulheres no 25 de novembro, Dia Latino Americano e Caribenho de Violência Contra a Mulher.

A professora Cristina Ribeiro, do curso de história do IFPA, também destacou o protagonismo feminino no ato do dia 25 e em outras reivindicações: "Jovens mulheres estão despertando para os movimentos sociais, participando ativamente dos atos e passeatas. Protestar não é só coisa de homem. Hoje, o que a gente precisa é realmente unificar a luta".

Cristina Ribeiro, professora do IFPA

Todas as instituições públicas de ensino superior do Pará estão ocupadas, e durante a manifestação muitos representantes de universidades e do Instituto Federal estiveram presentes. O técnico da Universidade do Estado do Pará e integrante da comissão do Sindicato dos técnicos da universidade Pedro Alexandre afirma que este dia de paralisação nacional representa um momento de revolta do povo contra o governo: "Há décadas, tudo o que acontece de errado no Brasil é pago pelo povo mais pobre, por isso precisamos estar presentes nesse momento de protesto".

Técnicos da UEPA durante o Ato

Diversos outros setores da sociedade civil organizada participaram do Ato: sindicatos, estudantes, indígenas, representantes de movimentos negros e feministas, MST, entre outros.

A repórter Graziela Ferreira entrevistou o assessor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Bruno Leão, que falou sobre as implicações da PEC 55 para os serviços públicos, caso aprovada. 

Miguel, povo Assurini, afirmou em depoimento para o Primeiras Linhas [Ocupado]: “A partir do momento em que há congelamento dos investimentos públicos, quando nós, indígenas, precisamos das instituições públicas primárias como saúde, educação, nós encontramos essas portas fechadas. E por isso nós somos totalmente contra essa medida do governo.”

 
Miguel, povo Assurini





 
Manifestantes durante a passeata


Pará rumo à marcha #OcupaBrasília
 

Cerca de 600 pessoas partiram de Belém, hoje, rumo a Brasília para ocupar a capital federal no dia 29, data prevista para o primeiro turno de votação da PEC 55 no Senado Federal. Doze ônibus saíram, na tarde deste domingo, com cerca de 50 passageiros cada. A agência #comunicaçãoocupada, que reúne estudantes da Facom-UFPA e do PPGCom-UFPA, realizará a cobertura do #OcupaBrasília com enviados especiais, que já estão com o pé na estrada. A marcha a Brasília é liderada por entidades sindicais e estudantis de todo o país contra a PEC 55.

Uma das caravanas, na saída de Belém

 

Caravanas de todo o Brasil já estão à caminho do Distrito Federal, e são esperadas cerca de 20 mil pessoas para pressionar os senadores a derrubar a PEC.