Manifestações mobilizaram o país inteiro às vésperas da votação da PEC no Senado

Os protestos contrários à PEC 55 e à Anistia ao Caixa 2 aconteceram em todas as regiões do país. Em São Paulo, no último sábado (26), mais de 40 mil pessoas caminharam pela Avenida Paulista em defesa de pautas como educação, saúde e economia. Em Recife, na sexta (25), cerca de 12 mil pessoas caminharam pelo centro da cidade, manifestando o descontentamento com as medidas tomadas pelo Governo de Michel Temer. No Rio Grande do Sul, aproximadamente 15 mil pessoas se encontraram na Esquina Democrática – um ponto turístico da capital gaúcha – para debater os efeitos da PEC 55. Muitas pessoas falavam ao microfone para manifestar a insatisfação popular com as medidas do Governo. 

Ato Unificado na Avenida Nazaré, em Belém. Foto: Miguel Chikaoka

Na sexta-feira (25), a Praça da República foi o ponto de encontro de representantes de diversos grupos sociais que protestaram pelas ruas de Belém. Os manifestantes representavam movimentos contrários à PEC 55 e à Anistia ao Caixa 2, e fizeram referência também ao dia Latinoamericano e Caribenho de Combate à Violência contra a Mulher. Os gritos entoados e os cartazes e faixas levantados mostravam um recado que não estava sendo ouvido pelos políticos e diversas autoridades do país: o anseio da população por um país menos corrupto e a luta pelos direitos femininos, ainda escassos, em comparação aos masculinos.

Mulheres levaram pautas feministas para a manifestação. Foto: Raoni Arraes

O movimento está presente no país inteiro e tem muitos objetivos, que estão sendo apresentados nas ruas e por diversos grupos. A estudante de Agronomia Marleyssa de Paula ressaltou a importância do ato para as mulheres: “É um dia muito importante e de muita luta. Nós, mulheres, estamos nos fortificando com esses movimentos. E agora precisamos de mais força para lutar contra todo o tipo de violência”.

Marleyssa de Paula, estudante de Agronomia da UFRA

A presença de jovens foi intensa. Em um momento que os estudantes estão tomando para si o protagonismo nas lutas contra os efeitos negativos das políticas do Governo, os movimentos de ocupação ganham força em todo Brasil. Danyllo Bermerguy, estudante de Publicidade e Propaganda e membro do Movimento de Ocupação da UFPA, explica a importância da presença de grupos estudantis. "O ato foi bem especial. Podemos perceber que esse movimento das mulheres contra a PEC 55 reuniu uma grande quantidade de pessoas que foi às ruas lutar por melhorias. O Ocupa UFPA estava no pelotão inicial e nós sentimos toda a emoção de estar lutando. E isso foi uma vitória para nós enquanto movimento, com tudo isso que está ocorrendo no Brasil", afirma.

Integrantes do Ocupa UFPA. Foto: Miguel Chikaoka

Além disso, uma caravana com mais de 600 pessoas partiu da UFPA até Brasília. Danyllo explicou que a participação das pessoas nesse momento conturbado é de extrema importância: "Vamos tentar levar muitas pessoas para representar tanto a ocupação da UFPA, no interior e capital, além de secundaristas e outros movimentos”, conclui o estudante.

Texto: Primeiras Linhas [Ocupado]